Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…
Dizias
Que querias
Para as sombras regressar
Não que fossem o teu elemento
Mas porque lá
As feridas de mil anos
De incomensuráveis sentires
Poderias curar…
Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…
Choravas
Nesse momento de despedida
E haverá algo mais assustador
Do que ver olhos nos olhos
O sofrimento profundo
De uma pessoa querida?
Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…
Lembrámo-nos
Da arte perdida
Que só nos os 2 soubemos cultivar
A arte de transformar o passado
Em futuro
Pois só o futuro nos poderíamos salvar
Dado sermos dois desconhecidos
No mundo
Onde nos haviam inserido
Dado sermos dois inadaptados
Que abjuravam o presente
E evitavam o passado
Embora tivesse sido lá
Que nos conhecêramos
Embora tivesse sido lá
Que jurámos
Nunca dizermos “Adeus”
Mas os sentires tinham atingido
Um ponto de não retorno
Eu amava-te
Tu amavas-me
Sendo a separação no entanto inevitável
Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…