Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…

Dizias

Que querias

Para as sombras regressar

Não que fossem o teu elemento

Mas porque lá

As feridas de mil anos

De incomensuráveis sentires

Poderias curar…

Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…

Choravas

Nesse momento de despedida

E haverá algo mais assustador

Do que ver olhos nos olhos

O sofrimento profundo

De uma pessoa querida?

Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…

Lembrámo-nos

Da arte perdida

Que só nos os 2 soubemos cultivar

A arte de transformar o passado

Em futuro

Pois só o futuro nos poderíamos salvar

Dado sermos dois desconhecidos

No mundo

Onde nos haviam inserido

Dado sermos dois inadaptados

Que abjuravam o presente

E evitavam o passado

Embora tivesse sido lá

Que nos conhecêramos

Embora tivesse sido lá

Que jurámos

Nunca dizermos “Adeus”

Mas os sentires tinham atingido

Um ponto de não retorno

Eu amava-te

Tu amavas-me

Sendo a separação no entanto inevitável

Enquanto separavas os Teus braços dos Meus…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 14/01/2010
Código do texto: T2028574
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