Cor*

Perpetuei e nunca vi tanta simplicidade,

Que um olhar tão pueril fosse fazer cair minha cidade,

Então olhei as paredes muito úmidas a atrair meus olhos secos,

Que nem mais lágrimas existiam, vi teu jeito simples de falar,

A me elogiar e as outras pessoas que só riam.

Perpetuei nunca vi afeto, nem carinhoso de tamanha magnificência,

Procurei a máxima fé no meu egoísmo e na razão da minha existência,

Mas ao contrário do dito, amor nem com se ciência se explica,

Amor se realiza, se pratica

Perpetuei nunca pensei em laços afetuosos,

Só em néctares que matavam minha sede, ou tecidos que me aqueciam a pele,

Não vi como necessidade mútua ao amor se repele,

E mesmo que se negue além de tudo,

Não beleza tamanha que teus olhos tão serenos,

Como esta tua íris tempestuosa e tuas mãos tão pequenas

Perpetuei nunca vi juventude, mesmo que esta a meu corpo abriga,

Nunca me vi em tamanha disposição para amar, como enraivecido numa briga,

Minha juventude teu lócus abriga,

Como sombra sobre as águas nunca estáticas,

Então tenho sobriedade de te adorar, como rosas à dálias tão mágicas

Usei para mim o que chama de palavras tão bonitas,

As atirei a todos os cantos e Dálias em outros jardins,

Como os raios que são pra todos, e a beleza venenosa dos jasmins.

Perpetuei e não contei a ninguém

Que este escrito não tem o nome afim de aquarelas

Contei a teus ouvidos por estas linhas

Que a vogal do título é aberta como em teu nome

Então por trás da tela esquerda de seu peito

Este texto se esconde

Perpetuei com a chuva batendo forte no vitral e nas janelas

E nunca me vi tão protegido

Com você do meu lado e eu de amor vestido

E você meu amor, nunca precisou me escrever o que dizes

Pois uma palavra ou qualquer sua me soa como uma promessa

Posso esquecer de corar as flores

Mas nunca esquecerei da primavera

Perpetuei nunca vi tamanha alegria

Que não é divina nem profana

Que se me pertence a força do amor no Cor que a todos engana

Mas, tão contrário aos pensamentos adversos

Este também principalmente ama

Dilacera meus sonhos que enobrecem teu vestido

Ante a realidade esperada de que eu honre o prometido

Podes por sua mãos as chamas se não a tu sempre for submetido

E que eu esteja assim sempre refém conformado de teu sorriso

Perpetuei-me a descrever a habilidade dos teus gestos, das tuas mãos

Das tuas falas muito rápidas, e leves toque em meu coração.

*Do latim: Coração.