Numa Outra Galáxia

Intergalacticamente conectados

Em teu corpo, admirado!

Mirado constantemente em ti

Meu telescópio lunar, fixado

O que encontrarei se em ti continuar?

Um brilho intenso que cega

Em órbita permaneço ao seu redor

O que descobrirei se em ti me aventurar?

Corpos estranhos vagam no universo

Mas teu corpo não me é estranho

Atraídos por teu brilho, lunetas avisto

E, enciumado logo fico

Características peculiares e desconhecidas

Que tornam suas imperfeições tão perfeitas

Estatísticas errôneas previamente ditas

Não significam nada sem teus segredos, mantidos

Três luas completam teu céu arisco

E em uma delas me rendo, torno-me réu, me arrisco

Quero ser teu admirador secreto no infinito

E discreto, permanecer entre as lentes que te avistam, longe

Naves, satélites, tecnologias, robôs, nada disso tem valor

Se não conseguem em ti chegar, sentir teu calor

Em teu solo pousar

Em ti repousar

Estrelas no céu piscam somente para você

Deslumbradas com teu carisma, tua cisma

Feito imãs, atraídos fortemente pelo teu magnetismo

E neste mundo que vivo, desejo a ti lucidamente

Alucinadamente persisto em te observar, estudar

Aprendendo a cada dia um pouco mais de ti

Para então provar a mim mesmo o quanto te desconheço

Hei de existir alguém para levar-me a ti?

Para amostras coletar, de teu perfume se aproximar?

Hei de resistir a você? Me contentar em voltar, e a ti deixar?

Para novamente, e tristemente, ao longe te olhar?

Não acredito em destino, mas acredito que no infinito me perderei

E este infinito, a que fielmente me dedico,

Mostrou-me que existe vida lá fora

Pois aqui dentro do meu peito, já existe você.