Tempo

Lavas o rosto em lago escuro

Imagem em tempo, que deixei

Vendo este, que sou agora

Portanto, que tanto chora

Comovido a que passei;

Trago aos poucos, outrora

Marcas da vida, a que lhe dei.

Se hoje recordas, foi a ti

Que pôs amor, nos versos surdos

Ouvindo-se tu, a quem percebi,

Que cantos meus, são mudos

E nos teus, onde nasci

Para ter de volta em vultos

O encanto amor, a quem perdi.

Beija-me amor, eternamente assim

Quando lhe dou o meu,

Pedes por mais um de mim

Dos beijos teus,

Quando peço-te, sim

Para não dar-me adeus

E ao tempo, um fim.

Neste tempo, que seja eterno

Mas se fores acabar,

No entanto, não cause inferno

Quero que voltes;

E ao voltar,

Por você, tudo alterno

Renascendo-te sol em mar

Renascendo-te só para amar

E Quando o tempo

Para nós mudar,

Que seja outono

Que seja inverno...

Dornelles
Enviado por Dornelles em 13/01/2010
Código do texto: T2027998
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