Quero o aconchego dos teus braços e dos teus abraços...
Perco-me de mim... E me acho nos teus olhos...
(-Mas teus olhos não estão aqui comigo...)
Continuo perdida...
Noites me jogam no imponderável...
Saudade do aconchego dos teus braços...
Vidas desperdiçadas por estranhos mal entendidos
Que o tempo não desfaz...
Minhas palavras de amor mergulham na caverna de tua boca
Onde tua língua as saboreia como frutos suculentos,
Como antes saboreavam a doçura dos meus lábios
E se fartavam no meu corpo ardente e adocicado...
Quero-te muito... Mas não sei mais quem eu sou:
Se vives em mim ou em ti eu vivo...
Busco estrelas, mas encontro fogos fátuos...
Ilusões me procuram e eu as deixo
Tomarem conta de mim...
Talvez um dia eu fique ensandecida.
Mas mergulharei no mar dos esquecidos
Sorrindo para tua face ausente
Que aqui se faz...
E assim
Passarão por mim e dirão: - Ela é feliz!
Vês como sorri ela para o Nada?...
Mal sabem os incautos mal-amados
Que só eu te vejo comigo, do meu lado,
A sussurrar-me as mais doces cantigas
Que só as cantam os que são apaixonados...
Na minha loucura... Sou feliz!...