PONTO-A-PONTO
Na meia-noite de sal e brasa
Olhos em transe entrego a minh’alma
Consumo-me no fogo que arrasa
Volto ao pó que respiro e me acalma
Não morrerei de fome, nem de sede
Não me entregarei em qualquer esquina
Não ficarei deitado, preso a uma rede
Nem me afogarei no azul de sua piscina
Não me recolherei em beatos conventos
Não seguirei vulgares conceitos
Não congelarei nas chuvas de frios ventos
Nem deixarei meus velhos preceitos
Quero intensificar a inconstância
Preciso ampliar os desencontros
É fatal encurtar nossa distância
Unir seus pontos aos meus pontos