A fada de minha inveja
Para Fada do Mar Suave (11 de janeiro de 2010)
Perdoem-me meus amigos e inimigos
Poetas não se dão bem com a inveja
Preferem os punhos cortar
Os olhos furar
O coração arrancar
A alma amarrar
Mas novamente, como as gotas de minhas lágrimas no copo, meu espírito se enche de alegria
A fada passou e fixou lugar no meu caminho
Sua nova página de um livro que não tem fim deve ter deixado vocês se remoendo de inveja
Quadros lindos passam pelas letras pequenas e singelas que escrevi
Um tango suave - tal com a fada - e nobre como seu coração abraçou-me nessa manhã.
Ainda no início desse ano tinha visto Al Pacino a dançar levemente com aquela moça
Amanheci dançando com meu lento computador em meu quarto cheio de livros
A olhar em uma tela minhas poesias em tempos de nudez pura e agressiva de minha alma
Poetas - amigos e amigas, inimigos e inimigas - amo todos vocês
Uma fada trilha o meu caminho e uma vez ou outra ela me mostra o sentido da vida
Em um sentido que teimo em insistir que não existe
Ela me oferece um como, um porque e um para que viver
Coloca uma placa de PARE em minha tristeza crônica
A música a qual invade meu quarto sujo pelo tempo acalma meu nervos
E abre espaços em uma vida que ainda há em mim
Estou em plena salvação
Vejo, revejo, leio, releio, copio, tiro cópias em folhas e mais folhas
Por isso, peço mil e uma desculpas, mas podem se enforcar de inveja
Ela fez para mim
Fada que pensou em mim
E colocou-me em meio a um artista maior do que eu
Colocou e me entendeu como alguém maior do que nós
Um oprimido junto aos opressores
A tanajura em meio às galinhas
O peixe só perto de tubarões
Desculpe, mas hoje estou com a Fada do Mar Suave e com Deus
O dia está encantado e o sol quente está lá fora
Vou dançar com os raios e queimar o meu rosto para marcar minha pele com esse dia
Desculpe-me novamente...
Terei que ser arrogante: pois hoje, eu mereço.
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Site da autora: http://fadasuave.blogspot.com - Arte de Andrew Atroshenko compondo com a poética de Lúcio Alves de Barros.