Os Meus Olhos...

Viram gente transformar-se em sombras

E sombras em luz

Os meus olhos viram coisas

Que não eram supostas

Viram Dezembros

Serem Janeiros

Viram que de último

Eu poderia ser o primeiro

Os Meus Olhos…

Observaram o nascer de planetas

E o seu declínio

Os meus olhos viram a indiferença

Transformar-se em Amor

Viram o pó

Tornar-se em infinitas estrelas

Viram uma cara desconhecida

Transformar-se na mais bela

Os Meus Olhos…

Tocaram o céu

Apenas com um olhar

E sentiu uma música

Que só nós os dois

Podíamos ouvir

Podíamos tocar

Os Meus Olhos…

Dedilharam a teia da vida

Com invulgar intensidade

Apercebendo-me então

Que pouco me satisfaz

Inclusive a Eternidade

Nada me basta

Por Amar

Com todos os sentidos

Nada me basta

Só uma parte

Quando estás comigo

Nada me basta

Pois quero viver

O tempo

De uma galáxia

Nada me basta

Pois suspiro

Por escrever

O mais perene

Dos poemas

O mais sublime

Que te dedicarei

Pois nos crepúsculos do que somos

Há uma alegria escondida

Debaixo da qual

Sei

Que vales

E valerás sempre a pena…

Os Meus Olhos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/01/2010
Código do texto: T2022874
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