Os Meus Olhos...
Viram gente transformar-se em sombras
E sombras em luz
Os meus olhos viram coisas
Que não eram supostas
Viram Dezembros
Serem Janeiros
Viram que de último
Eu poderia ser o primeiro
Os Meus Olhos…
Observaram o nascer de planetas
E o seu declínio
Os meus olhos viram a indiferença
Transformar-se em Amor
Viram o pó
Tornar-se em infinitas estrelas
Viram uma cara desconhecida
Transformar-se na mais bela
Os Meus Olhos…
Tocaram o céu
Apenas com um olhar
E sentiu uma música
Que só nós os dois
Podíamos ouvir
Podíamos tocar
Os Meus Olhos…
Dedilharam a teia da vida
Com invulgar intensidade
Apercebendo-me então
Que pouco me satisfaz
Inclusive a Eternidade
Nada me basta
Por Amar
Com todos os sentidos
Nada me basta
Só uma parte
Quando estás comigo
Nada me basta
Pois quero viver
O tempo
De uma galáxia
Nada me basta
Pois suspiro
Por escrever
O mais perene
Dos poemas
O mais sublime
Que te dedicarei
Pois nos crepúsculos do que somos
Há uma alegria escondida
Debaixo da qual
Sei
Que vales
E valerás sempre a pena…
Os Meus Olhos…