Hora Divina
...agora, sim, minha alma peregrina
abre as asas de sol na madrugada!
Anjo do alvorecer, rasga a neblina
em clarões de poesia exaltada!
As sombras já fugiram, meu amado.
Há festa no levante e na campina!
Soam clarins de plumas na ramada.
Hora suprema e nossa; a hora divina!
Um dia de sol como um presente.
Os pássaros, o campo, a natureza...
Tudo canta delirantemente,
palpitando de amor e de beleza!
Ouro no céu, no rio, na devesa...
Rastro de luz que ilumina a gente!
A minha alma festeja
nos teus olhos reluzentes!