UMA LÁGRIMA

Quando o dia chega assim,

Saudoso, triste, melancólico,

Trazendo consigo lembranças,

Que me invadem sem licença,

Abrindo as janelas do passado...

Obriga-me a viajar no tempo,

Mostra-me filmes já engavetados,

Perdidos entre bugigangas inertes,

Esquecidas, encobertas em poeiras,

Evitando angústias e lágrimas..

Involuntariamente assisto imagens,

Trazidas assim por esse dia cinzento,

Do primeiro olhar, do deslumbre,

Do primeiro toque, do primeiro beijo,

E do gosto doce do dia seguinte.

Assisto, mesmo relutando e sem querer,

Os dias correndo sempre ao nosso encontro,

Tardes, noites e madrugadas só nossas,

De conversas, afagos, carícias e amor pleno,

E as manhãs chegando formosas e brilhantes.

Mas resisto a assistir o que vem depois,

Não quero reviver a mágoa do desencontro,

Dos caminhos adversos que tomamos,

Só lembro do lenço branco e do aceno,

Mesmo assim sinto a lágrima que cai e dói