COR D'ÁGUA

COR D'ÁGUA

Os meus olhos são rasos d’água

Tão mareantes suplicantes

Recordo-te como se pudesse ser eterno

Em minha cama nas manhãs dos iguais

Ah! esse grão perdido de ilusão!

Meus olhos são folhas caindo

Não tão verdes outrora ainda fossem

Mas vão como a riachos, longe

Engolidas nas águas cor de mágoa

Tantos rios a dar ao nada

Mas vão ao fim, quase

O que seria este fim caudaloso

Se não tenho uma prévia

O teu riso, último encontro

De águas, a minha de esperança

As tuas do querer que ainda penso

Que soluças nas tuas memórias

Tempo tens de embarcares

Ver os meus olhos e essa queda d’água

Seria um mar de afetos ainda a brotar

Raízes no verde mar que você mergulhou

endoideceu vendo em fúria estrelas

Um mar de amor sem mágoa...

Cor cristalina d'água...

Cíntia Thomé

jan/2010

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Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 10/01/2010
Código do texto: T2021521
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