Horas caladas/silêncios
 
Nas horas caladas
que me arrastam para não dizer nada
Quando tenho tanto para dizer
Cai sobre mim o silêncio
que cala a minha voz
E que me esconde o entendimento
Essa mudez de disfarce
Que na minha face
Se espelha como clausura
É infinita usura
Porque cá dentro se sente
como o silêncio é mentiroso
Nesse alvoroço que se esconde
Porque calar-me não me convence
Apenas esconde a minha voz
Mas na minha transparência
Quem quiser ver que veja
O meu coração lateja
Bate ao som do compasso de tudo o que penso
E que se ouve é claro
encostem o ouvido ao meu peito
sintam a verdade da alma
cá dentro a voz não se cala
voz de mágoas e desejos
voz de apelos e recusas
de juramentos de esperanças
voz de suspiros de amor
e voz de trilhas cansadas
é a voz do razão
que abranda as lágrimas
que serena as angustias
voz de revolta dos enganos
que não quebrou o silencio
apenas se encostares teu peito ao meu
se me abraçares com paixão
ouvirás esse lamento porque cá fora é silencio
apenas é o meu alento
da minha alma o pensamento
que escutarás meu amor
quando no silêncio cá fora
não escutares as minhas palavras 
de tta
10~01~10
 

 
 
 
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 10/01/2010
Reeditado em 10/01/2010
Código do texto: T2021213
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