BOLERO DE AMAR
Quando os meus olhos
Encontraram o teu olhar...
Vi que iria sair os entulhos.
Soube que era para amar
E teu corpo febril me tocou
Fez-se pausa às despedidas
Onde havia resíduos de trevas...
Percebi cicatrizar as feridas.
Tua luz iluminou toda a selva
E vi ressurgir a própria vida
Por dentre a mais densa relva
Brotou do chão uma tenra flor
Perfume suave de pétalas alvas
Estou aquecido do calor do amor
Cessando aquele frio e a tristeza
Vivo aqui a força dessa beleza
Com a alma pura ascendendo...
Todo o meu ser transcendendo.
Lembrança que trás calma e leveza
Tudo num segundo fazendo sentido
Razão em paz com o coração
Harmonia entre o céu e o mar
Nítida, clara e cristalina emoção
Que quero nestes versos contar.
Soltos ao ar pelo vento e a brisa
Agora vejo a candura e sua maestria
Coberta da ternura que me realiza
Juntos nós somos a mais pura poesia
E nem imaginava que um dia voltaria
A ser feliz assim... Na minha Bahia
Ao chegar agora o mundo renasceu
Neste palco e cenário de tantas magias
Inspiração dança e não mais se esvaiu
A seiva do amor corre em minhas veias
E é só olhar pra você que tudo incendeia
A loucura do amor sacode as prateleiras
E se dá numa euforia de pular bananeira
Dias, tardes, noites, madrugadas... Alvoradas
Na incontida profusão... Além da imaginação!
Hildebrando Menezes