Cada vez que te vejo…
Cair
Para os braços das sombras
De onde um dia
Me confessaste vires
Sinto uma ternura
Uns carinhos imensos
Por Ti
Mas também uma tristeza inolvidável
Por nada poder fazer
A não ser
Dar-te a parte de luz
Que brilha em mim
Chorar
Sozinha
Pela longa e triste madrugada
Toco-te no ombro e digo
“Amo-te”
Pois tens algo
Eu
Quando julgas
Não ter nada…
A escrever
Cartas lúgubres
De uma profunda
E dilacerante despedida
Tento curar o que sentes
Tento saber
Afinal
Onde está a tua ferida
Mas afinal
Onde ela pode estar?
No meio de tanta escuridão
Coisa medonha
Que nem as estrelas que amas
A conseguem iluminar
E nessas alturas
Apesar de toda a minha atenção
De toda a minha devoção
De todo o meu amor
Sei que não estás comigo
Sei apenas
Que estás algures
Num misterioso
Assustador
E insondável
Lugar…