Cada vez que te vejo…

Cair

Para os braços das sombras

De onde um dia

Me confessaste vires

Sinto uma ternura

Uns carinhos imensos

Por Ti

Mas também uma tristeza inolvidável

Por nada poder fazer

A não ser

Dar-te a parte de luz

Que brilha em mim

Chorar

Sozinha

Pela longa e triste madrugada

Toco-te no ombro e digo

“Amo-te”

Pois tens algo

Eu

Quando julgas

Não ter nada…

A escrever

Cartas lúgubres

De uma profunda

E dilacerante despedida

Tento curar o que sentes

Tento saber

Afinal

Onde está a tua ferida

Mas afinal

Onde ela pode estar?

No meio de tanta escuridão

Coisa medonha

Que nem as estrelas que amas

A conseguem iluminar

E nessas alturas

Apesar de toda a minha atenção

De toda a minha devoção

De todo o meu amor

Sei que não estás comigo

Sei apenas

Que estás algures

Num misterioso

Assustador

E insondável

Lugar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/01/2010
Código do texto: T2017668
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