Te V
Queria poder te ver todos os dias,
De manhã, ao meio dia,
À tarde e a noite.
Queria tv todo dia, queria poder te tocar.
No meio da noite, na manhã.
Em todas as manhãs de nossos dias.
Nos dias frios pra esquentar,
Nos dias quentes para esfriar,
Em dia de lua pra namorar.
Queria te ver sempre, mas não dá.
Dá, dá, pedaço de nome, pedaço de mim.
Muito mais que metade, um todo,
Que me preenche e me encanta.
És meu canto triste
És meu único canto.
No canto escuro do quarto,
Olhando as sombras que se formam na parede.
Pelo foco fraco da luz da lua,
Que entra por entre a fresta da janela,
Formando seu nome, apelido,
Vontade que dá, Dá, dê correr atrás de você.
Transpor este abismo infindável que existe entre nós dois.
Do tamanho do nosso imenso universo.
Mas, quem sabe através destes versos,
Não encurto esse caminho.
Oh meus encantos, quando, quanto tempo pra outra vez te ver.
E este amor indissolúvel, que parece não ter fim,
Atravessa o tempo, atravessa minha alma,
Perder-se nos oceanos de lágrimas que rolam infindáveis,
Por este rosto cansado, cheio de marca.
Às vezes, só às vezes, risos de máscara para disfarçar,
A insensatez da nudez deste sentimento incompreendido,
Preste a se perder no esquecimento de cartas, de versos.
O poeta é um ser mentiroso, mente todo tempo,
Mente tanto que parece verdade, o sentimento que deveras sente,
Este poeta fingidor, cheio de dor.
Não se plagia sentimentos, sentimentos existem dentro do peito,
No fundo do coração.
Pode parecer piegas, ultrapassado quando se ler,
O amor está morrendo, estão matando o amor.
A paixão o disfarçou, tornou-se “ficar”, tesão, sensação.
O amor é mais que isso, o amor é a junção de todos os sentimentos.
De todos os momentos, não só de coxas, mas de corpo, alma e espírito.
Quem sabe um dia, somente uma vez.
Você não sinta o amor em sua plenitude.
Com total intensidade.
Pra entender o amor é preciso sofrer,
É necessário doer, doer demais.
Para conhecer o amor é preciso sair de dentro de si.
Se expor, se dissolver, é necessário morrer,
E renascer mil vezes, como fênix.
Absoluta, irreal mais legítima.
Como a dor da ferida aberta,
Que sangra e nunca cicatriza.
Assim é o amor.
É poeta, se rasgue, se dilacere, busque o que te parecer bem.
Para aplacar esta sede desértica,
Esta sede de estar com ela, de tocar, de senti-la.
Grite poeta, quem sabe assim, seu grito, nesses versos,
Atravesse o canal da tv e a faça despertar deste transe,
De viver o amor dos outros, o falso amor,
Que muda de face em cada nova novela que começa.