Entre a luz e as sombras…
Mão atrás
Mão à frente
Interstícios sensoriais
De um homem
Que se sabe bem só
E que vitupera
E esconjura
A palavra mais temida
A palavra
“Carente”
Sendo que essa solidão
É apenas
Aparente…
Dado tudo ser uma ilusão
Uma metáfora
De um mundo
Que pouco seduz
Mas demasiado embai
Quando se é demasiado circunspecto
Ignorando tudo à sua volta
Se nasce o dia
Ou se a noite cai
Estando
Entre os dois mundos
Por convicção
Mas também por sentir
Que ela vive nessa dualidade
E assim por amor
Renegou à Imortalidade
E ama-a!
Óh como a Ama!
Sendo ela a sua razão
A letra que falta
Na sua frase quase perfeita
Numa fase da sua vida
Em que demasiado dela
Ele aproveita
Assim como desfruta
Dos beijos
E carícias secretas
Que ela faz questão de entregar
Em plena escuridão
Para ninguém nisso notar
Dado a sua paixão
Ser o segredo
Dos dois mais intenso
Algo que só eles podem partilhar
Entre o fervilhar luminescente dela
E as trevas
De um amor
Que nunca deverá ser possível
Pelo motivo estúpido
Que a luz de ambos se toca
E as sombras se repelem
Esta é uma história inverosímil
Que se quer real
No mundo bizarro deles
Que deve existir algures
Naquilo que eles chamaram simplesmente de
“Ideal…”
Entre a luz e a sombras…