Cochicho

Sexta trabalhei até mais tarde

Tresloucado ?? Eu ??

Talvez o melhor termo seja covarde

Quero evitar a saudade do seu eu no meu

Peguei um ônibus... sozinho

O tempo estava aberto

Uma leve brisa era como um carinho

Para quem, de certo, se sentia num deserto

Sentei perto da janela para que pudesse ver o mundo

Os carros passavam, as pessoas gesticulavam, todos apressados

Porém nada disso me resgatava do fundo

Da minha alma...

Absorto em pensamentos abarrotados

Porque a vida parece caminhar sem mim ?

Porque gosto tanto de você assim ?

Porque esta distância não tem fim ?

Tenha piedade, oh querubim...

Porque gravou-te na minha retina ?

Porque busco seus olhos em cada esquina ?

Porque ainda ouço sua risada cristalina ?

Porque só posso te imaginar, menina ?

Certa vez você me disse que gosta de estrelas e do mar

O mar, mesmo imenso, é restrito...

Por isso, toda vez que o meu peito doer

E eu sentir a necessidade de lhe ver

Vou fitar o céu

E agradecer por ter podido te conhecer

Por isso, toda vez que o meu peito inchar

E eu sentir a necessidade de lhe falar

Vou mirar o céu

Á procura das estrelas, do luar

E tentar não chorar para poder dizer...

Na esperança de que alguma leve o meu recado

Abafado, emocionado, apaixonado...

“Desculpa...mas eu amo você”.

Alexandre Miguel
Enviado por Alexandre Miguel em 07/01/2010
Código do texto: T2015935