Cochicho
Sexta trabalhei até mais tarde
Tresloucado ?? Eu ??
Talvez o melhor termo seja covarde
Quero evitar a saudade do seu eu no meu
Peguei um ônibus... sozinho
O tempo estava aberto
Uma leve brisa era como um carinho
Para quem, de certo, se sentia num deserto
Sentei perto da janela para que pudesse ver o mundo
Os carros passavam, as pessoas gesticulavam, todos apressados
Porém nada disso me resgatava do fundo
Da minha alma...
Absorto em pensamentos abarrotados
Porque a vida parece caminhar sem mim ?
Porque gosto tanto de você assim ?
Porque esta distância não tem fim ?
Tenha piedade, oh querubim...
Porque gravou-te na minha retina ?
Porque busco seus olhos em cada esquina ?
Porque ainda ouço sua risada cristalina ?
Porque só posso te imaginar, menina ?
Certa vez você me disse que gosta de estrelas e do mar
O mar, mesmo imenso, é restrito...
Por isso, toda vez que o meu peito doer
E eu sentir a necessidade de lhe ver
Vou fitar o céu
E agradecer por ter podido te conhecer
Por isso, toda vez que o meu peito inchar
E eu sentir a necessidade de lhe falar
Vou mirar o céu
Á procura das estrelas, do luar
E tentar não chorar para poder dizer...
Na esperança de que alguma leve o meu recado
Abafado, emocionado, apaixonado...
“Desculpa...mas eu amo você”.