NUM PALCO VAZIO
O encanto que sobrevive no amor,
Só pode durar enquanto se estenderem
Os segredos que sacralizam a relação.
Por isso é necessário retirar as sandálias dos pés,
Pisar com leveza e olhar com cuidado.
O amor é amigo do silêncio...
Sobrevive no querer dizer, na tentativa frustrada
De verbalizar o que é a projeção da alma,
O sustento do espírito.
A saudade é benéfica ao amor,
Distantes, os amantes mensuram
O tamanho do bem-querer.
Medida que se descobre
Nos desconcertos da ausência,
No engasgo constante da recordação.
Recurso que faz voltar o tempo,
Engana as horas, aproxima as peles,
Diminui as estradas, deixa ancorados os navios,
Pousa os aviões, faz chegar os ausentes.
Eu não entendo uma só palavra,
Mas o seu sofrimento não é conceitual,
Não passa pela linguagem comum,
Compreendo-o sem palavras, sem explicações,
E talvez seja essa razão das minhas lágrimas.
Concluí que as intenções deixaram-me num palco vazio
Onde ouço somente a voz do meu coração
Interpretando um personagem de Shakespeare.
Adriana Leal
Revisado por Marcia Mattoso
O encanto que sobrevive no amor,
Só pode durar enquanto se estenderem
Os segredos que sacralizam a relação.
Por isso é necessário retirar as sandálias dos pés,
Pisar com leveza e olhar com cuidado.
O amor é amigo do silêncio...
Sobrevive no querer dizer, na tentativa frustrada
De verbalizar o que é a projeção da alma,
O sustento do espírito.
A saudade é benéfica ao amor,
Distantes, os amantes mensuram
O tamanho do bem-querer.
Medida que se descobre
Nos desconcertos da ausência,
No engasgo constante da recordação.
Recurso que faz voltar o tempo,
Engana as horas, aproxima as peles,
Diminui as estradas, deixa ancorados os navios,
Pousa os aviões, faz chegar os ausentes.
Eu não entendo uma só palavra,
Mas o seu sofrimento não é conceitual,
Não passa pela linguagem comum,
Compreendo-o sem palavras, sem explicações,
E talvez seja essa razão das minhas lágrimas.
Concluí que as intenções deixaram-me num palco vazio
Onde ouço somente a voz do meu coração
Interpretando um personagem de Shakespeare.
Adriana Leal
Revisado por Marcia Mattoso