O Primeiro Amor!

Com o peito nu e queixo erguido,

Mas repleto de sonhos o coração,

Para desvendar o mundo foi-se Adão

Depois que foi expulso do paraíso.

Por mais estranho que possa parecer

Sentia-se o maior de todos os animais

Ainda sentia o gostoso sabor do saber

Sabia que precisava saber mais e mais...

Como era delícia aquela pulcra maçã

Que desceu melíflua pelas tantas tripas

Que abriram os olhos para outra manhã

Isenta das pesadas e espessas cortinas!

Descalçado no mundo ia sorrindo e feliz

Por ser único em todo aquele planeta

A prever a rota correta de um cometa

Das potências, equivalências, raiz...

Perdeu Adão o paraíso e toda proteção

Das alvuras celestiais, do perdão divino.

Porém, agora era general do seu destino.

Sua mente o guiava. Não mais o coração.

Sentia uma dor profunda e muito ferina:

Faltou-lhe o acalanto de uma costela!

Voltou-se Adão a procura daquela

Outra metade para caminhada da vida.

Disse Adão:

Que me importa a falta de um Jardim?

Que me importa plantar e arar a terra

Se ao meu lado eu tenho minha Eva

E ela meu amor e tudo mais de mim?

Que me importa se lá eu andava nu

E a Morte cruel e fria não me existia

Se agora eu tenho a tua companhia

Sou o senhor do mundo e do céu azul?

Eva apenas sorriu e aquela boca beijou.

Do alto do céu uma nuvem parecia sorri.

Os rios sussurravam notas em lá e si

E assim, naquele dia, nascia o Amor!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 06/01/2010
Código do texto: T2014975