Da Eterna das Flores

Ainda que existissem mil amores

E ainda que os prantos ressoassem

No toque uníssono de sofrimento

Ainda que só houvesse desalento

E que o mundo fosse apenas dores,

Jamais estaria fadada

Ao pleno ardor do esquecimento

Ela sutil, afã e acamada

A bela, da eterna das flores.

E da eterna das flores

Sempre sob a escuridão

Naquela esperança que ressurge

Criança pura, delicada

A recolheria em sua mão.

O que a deusa impõe

Mãos pequenas e tolas

Jamais saberão porque manchar.

Ouçam as reconditas harmonias

Ouçam os vocalizes de alegrias

Começam com sussuros pianíssimos

E concluem-se em gritos fortes

Fortíssimos!

Daquilo que veio do céu

O que herdamos de mais belo

A música da lira cálida

O sinfonia do amor de violoncelo.

Morrem homens e mulhere vis

Mas a história de amor

À história sobrevive

E a flor eterna que acha que morre

Sempre na esperança revive.

Pois tudo que há de vida neste mundo

Começa com um ato de amor.

Concluí-se num suspiro de saudade

Termina num excesso de dor

Mas ressurge

Da vontade do nosso sabor.

Isabelle La Fleur
Enviado por Isabelle La Fleur em 06/01/2010
Código do texto: T2014586
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