LABIRINTO
Esta voz rouca
Destorcida pelo tempo,
Corrompida pelo espaço!
Ainda faz vacilar em mim
Velhas histórias...
Marotos sorrisos...
Que alargavam-se em outrora
A face lânguida,
Pueril em brisas calmas matutinas,
E horas tão cálidas em ébrias noites enluaradas.
Já não vejo o crepúsculo o céu pintar
Raios festivos de plena vivacidade!
Os meus desejos em grãos de areia esquecidos...
Imenso mar!
Já sóis a ti desconhecido.
Vale talvez um velho mapa esquecido!
Que nas gavetas desta alma tão volátil...
Desconhecestes a seta norte onde seguias...
Velejando ao som da brisa que não sopra
Agulha solta sem lugar a instruir...
Sem rumo voa este léxico incompreendido.
Só tu sabias desvendar estas ausências.
Em conturbado mar envolto dialogo
Desconexos e unos símbolos.
Alguma silaba?
Palavras... Fostes usurpadas do regaço do poeta!
Que já não vive nem enfeita pergaminhos
Projeta versos que vibram soltos em seus sentidos,
As ricas rimas estão perdidas...
Caminhos escusos!
Enloquece-me o labirinto...
Oh vã procura de razões sólidas e estáticas!
Que aos milhões me faltam mais...
Que um céu de estrelas!
Um bem querer? Já não o sei!
Talvez... Sofreguidão!
Amor, paixão!
Ou é somente esta fúria desmedida?
Doçuras leves, cortantes estardalhaços!
Criatura completa (in) descompasso.
Gabriella Leite
05/01/2009