Esperança

Oh, tenras manhãs de inverno,

Onde o mais leve suspiro se sente,

Trazei nessa brisa um som terno,

Que embriaga e me deixa crente:

Estas perto, minha amada, sinto sua alma.

Tu partiras e não chegaras,

Tu foras e não voltaras,

Deixara-me na mais profunda solidão,

Entregue à deriva na imensidão,

Desfalecendo de paixão.

Enfeitiçais-me com este olhar brando,

Este passo lento, este rosto pequeno,

Viajo; não vejo o tempo, entre os meus dedos, deslizando,

Tirando a ilusão de um aceno,

Forçando os ponteiros a acabar o momento.

Saio correndo, perdido sem rumo, a qualquer lugar,

Escorrego, caio, mas levanto. Sei que um dia chegarás,

Virás como sempre foste... um lindo luar,

Que brilha e espalha doçura. Ah, trazerás,

Um lindo sorriso estampado em sua face.

Um transeunte me traz a realidade,

Como se quebrasse um encanto,

Do qual nunca queria voltar. Maldade,

Não posso me entregar, render, a este canto,

Ah!, és muito bela!

Todavia, creio que um dia,

Dar-me-ás uma esperança singela,

Da mais pueril e sincera,

Forma de amor.

Eu creio que um dia...

Alexandre Miguel
Enviado por Alexandre Miguel em 06/01/2010
Reeditado em 06/01/2010
Código do texto: T2013357