Esperança
Oh, tenras manhãs de inverno,
Onde o mais leve suspiro se sente,
Trazei nessa brisa um som terno,
Que embriaga e me deixa crente:
Estas perto, minha amada, sinto sua alma.
Tu partiras e não chegaras,
Tu foras e não voltaras,
Deixara-me na mais profunda solidão,
Entregue à deriva na imensidão,
Desfalecendo de paixão.
Enfeitiçais-me com este olhar brando,
Este passo lento, este rosto pequeno,
Viajo; não vejo o tempo, entre os meus dedos, deslizando,
Tirando a ilusão de um aceno,
Forçando os ponteiros a acabar o momento.
Saio correndo, perdido sem rumo, a qualquer lugar,
Escorrego, caio, mas levanto. Sei que um dia chegarás,
Virás como sempre foste... um lindo luar,
Que brilha e espalha doçura. Ah, trazerás,
Um lindo sorriso estampado em sua face.
Um transeunte me traz a realidade,
Como se quebrasse um encanto,
Do qual nunca queria voltar. Maldade,
Não posso me entregar, render, a este canto,
Ah!, és muito bela!
Todavia, creio que um dia,
Dar-me-ás uma esperança singela,
Da mais pueril e sincera,
Forma de amor.
Eu creio que um dia...