Sem Meu Amor Eu Morro!

Tirem-me a carruagem de fogo;

As pratas que trago nos cabelos...

Ceguem meus olhos e os espelhos

Mas não me tirem o meu amor,

Pois sem ele não nasce o dia:

Sem ele sou apenas uma pedra fria!

Tirem-me a graça e todo o colorido;

O rubro ourado das manhãs de auroras;

As gameleiras, laranjeiras e as alterosas,

Mas não me tirem o meu amor,

Pois sem ele, ai de mim! Não sobrevivo:

Sem ele sou apenas um grão de trigo!

Tirem-me, dos céus, os astros e os planetas,

Os cometas, as galáxias e o meu coração;

O meu juízo e o pouco da minha razão,

Mas não me tirem o meu amor,

Pois sem ele minha casa é cinza e feia:

Sem ele sou apenas um grão de areia!

Tirem-me a poesia e todo o meu mundo;

As baunilhas e as hortelãs silvestres;

Que nunca mais raie a abóbada celeste!...

Mas não me tirem o meu amor,

Pois sem ele não sou homem, sou lodo:

Sem ele... Sem ele... Eu morro!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 05/01/2010
Código do texto: T2013257