SAUDADE NA MADRUGADA
Quisera ter as rédeas do destino e me despir desses limites;
Deliberar fazer convites irrecusáveis aos ditames temporais;
E agora adormecer nos olivais de nossos rompidos diques;
Peço que me expliques: que faço eu pra possuir-e e não perder-te nunca mais?
Queira ser domada por meus braços ó linda fera que me atiça;
Não mais de longe me enfeitiça e dá-me acesso ao teu pecado;
A madrugada manda-te um recado: vem libidinosa com teus olhos de noviça;
Que o teu poder me iça aos universos do desejo indomado!
Porque nas guerras que travamos há um conflito apaixonado;
E o teu projétil enciumado é uma flor que meu deleite invade;
Essa vontade que me arde quisera dar a vida por minutos ao teu lado;
E que o silêncio te leve esse meu brado: estou queimando de saudade!
"Em se tratando da paixão, o tempo ausente de minúscula fração já é tortura sob eternidade" (Reinaldo Ribeiro)