SAUDADE NA MADRUGADA

Quisera ter as rédeas do destino e me despir desses limites;

Deliberar fazer convites irrecusáveis aos ditames temporais;

E agora adormecer nos olivais de nossos rompidos diques;

Peço que me expliques: que faço eu pra possuir-e e não perder-te nunca mais?

Queira ser domada por meus braços ó linda fera que me atiça;

Não mais de longe me enfeitiça e dá-me acesso ao teu pecado;

A madrugada manda-te um recado: vem libidinosa com teus olhos de noviça;

Que o teu poder me iça aos universos do desejo indomado!

Porque nas guerras que travamos há um conflito apaixonado;

E o teu projétil enciumado é uma flor que meu deleite invade;

Essa vontade que me arde quisera dar a vida por minutos ao teu lado;

E que o silêncio te leve esse meu brado: estou queimando de saudade!

"Em se tratando da paixão, o tempo ausente de minúscula fração já é tortura sob eternidade" (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 05/01/2010
Reeditado em 05/01/2010
Código do texto: T2011840
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