SÚPLICA
A chuva fina verte de um céu cinzento
molhando o piso de cimento.
Na madressilva do canteiro
um felino pula ligeiro.
Invade em sutil melancolia
a lembrança daquele dia
que vi em seu olhar suplicante
um desejo emergente, delirante.
Vertigem, arrepio, medo,
fuga arredia, um segredo.
Imaginação, torpor, paixão,
estranha força, atração.
Na distância em tempo presente
o juízo quase que ausente
entrega o desatino
a magia do destino.
Pulsando em gotas do orvalho
segue sem atalho
nesta rima que enfim
de mim...Se aproxima.