Nada me afasta de ti

Nada me afasta de ti

Nada me afasta de ti

Nem mesmo as ondas bravias

Que sulcam a rocha mais rija

Mesmo quando a dura realidade

Nos faz sucumbir a esperança

Sufocada sob o jugo da injustiça

Mesmo que um mar se preencha

Com o sangue furtado a uma veia

Contigo estarei até que este me seque

Nem o soar d´estrondosas trombetas

Augurando-me o tempo final

Alcançar-me-ão como fazem teus sussurros

Pois a nossa união é uma lógica

Que tudo perpassa, explica e medeia

Somos, no fio do tempo, os nós dos instantes

Sós e carentes. Unidos, bastantes

E sem que um ao outro persiga

Partilha-se o mesmo espaço

Há entre nós uma liga

Que nos aproxima do aço

Mas sem que ninguém nos prepare

E não há o que, enfim, nos separe

Nem mesmo os versos sem rima

Nada. E tudo ´inda mais nos aproxima

(Djalma Silveira)