Ano Novo Repentino

A dor embutida nos detalhes

Sinalizando um pesar, entalhes

A dor imbuída nos trajes

Demonstrando sem ar miragens

O temor da perda precoce

O sentir da perda, da posse

O que lembrar?

O que pensar?

Não há sentidos

Não há razões

Há somente um peso

Que de leve, toma conta do peito

O que é a dor?

Sofrer

Morrer

Perder

Moer

O que é ardor?

Passo a passo sigo em frente, longe

Seguindo os passos no chão

Deixando para trás marcas, vãos

Solitariamente distante

Sigo por trilhas desconhecidas

Tentando entender a vida

Tentando sanar as feridas

E para onde vou?

Para onde ir?

Sem titubear, não penso

Apenas piso

Sutilmente vou esvaindo no horizonte

De encontro as consequências

Saturando as imprudências

E almejando uma nova fonte

De juventude, de experiências

E nessa vida momentânea

Que eternamente nos surpreende

Sigo sem penar, pensando adiante

Em qual tempo

No exato momento

Em que te encontrarei novamente

Distante...