Poema 0761 - Portas invisíveis

Passei e não encontrei a porta,

o céu estava perto, eu sei,

o tempo me levou pela mão,

imaginei que poderia saltar a noite,

ainda estou parado no meio da tarde.

Devolva-me o sonho d'outro encontro,

continuo a minha procura,

perdi por falha de um ou dois deuses,

não aprendi coisa nenhuma,

fala-me da liberdade, do amor, do seu.

Escrevi seu nome no meio do retrato,

coloquei letras de pé na borda do coração,

elegi uma mulher só minha, você,

devolva-me a paz

ou se apaixone mais uma vez.

Hoje menti ao meu coração,

fingi que eu não a amava,

disse que nunca mais ia te querer,

fiz versos estúpidos na palma da mão,

as rimas apagaram quando lembrei do amor.

Hoje disfarço a vontade de sonhar,

desenho letras no teto do quarto,

aqueço-me com o mesmo cobertor,

ainda sinto dentro da boca o beijo,

aquele que de novo vai acontecer.

Deixo o caminho aberto,

a porta entre o céu e o mar,

faça as ondas esconder por um instante,

as nuvens que parem quando você chegar,

talvez demore aqui, quem sabe uma vida.

Desculpe se não te falei da paixão,

não é medo, é que acabou,

um dia te dei tudo que sentia,

hoje mudou, sei que existe amor,

posso falar, é sentimento seu em mim.

Hoje preciso ser dono do seu desejo,

ter meu amor escrito na sua pele,

o sorriso estampado ao longo do beijo,

não combinamos ficar, fecha a porta,

por enquanto somos tudo o que quisermos.

Anotei cada detalhe do dia que passou,

os minutos que beijamos,

as distancias que ficamos na cama,

o espaço que deixamos entre um e outro abraço,

até a parte que seu coração vem pro meu.

24/07/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 24/07/2006
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