= ÍMPAR =
Já não ando mais com meus pés,
tuas pegadas, me acostumei a seguir.
Já não sei seguir sozinha,
nossas sombras, sempre foram par!
Já não posso mais o espetáculo aplaudir,
o peso de tuas mãos, me detém!
Cantar? Há quanto não canto,
teu beijo selou-me a boca!
O frio agora, se faz imenso e,
toda vez que, em ti penso,
sinto-te ainda, a meu lado
e o teu calor, com o meu, trocado!
Passei a usar teu perfume
e sinto doer o teu queixume.
Me alimento do que te alimentas,
respiro o ar que respiras.
Vivo porque vives.
Existo por tua existência!
Morro neste poema
por tua amarga ausência!