Oh céus! Como eu amo esta mulher...
Oh céus! Como eu amo esta mulher...
Não é sonho, não é nenhuma imagem inventada.
Meus olhos, incrédulos, tateiam tua pele eriçada.
Meus dedos passeiam, trôpegos: pêssegos na tarde roubada.
Lábios se querem sedentos – virgem no cio em altar ofertada.
Séculos sem te ver, um querer infinitamente adiado
Uma hora sou eu, outra você, Sol e Lua eternamente desencontrados.
Agora sim. Enfim sós: pele com pele - instintos felinos desafiados.
Um abraço sem fim – deixaste teu nome em meu corpo gravado.
Viajo em teu rosto molhado, toalha no corpo enrolada, menina travessa.
Teu corpo perfeito, colado no meu, lúdico renovar de antigas promessas.
Perguntas-me se te amo: como resposta - do mais profundo de mim te faço remessa.
Pela janela aberta, observo um distante e colorido mal-me-quer.
Tu te veste apressada; me beija salgado, e sai – pé ante pé.
Recito baixinho, de olhos cerrados - Oh céus! Como eu amo esta mulher...
Há muitas analogias a respeito do sentimento de amor. Enquanto eu olhava teus olhos nublados disse-te que o amor corresponde ao perfume que sentimos em determinada flor e, enquanto tu te apertavas, arfando, ao meu peito, concluí – é necessário que o jardineiro cuide bem da árvore, para que novas flores nos inebriem por toda a nossa vida.
Tu me calaste com um beijo, como a confirmar a assertiva que fiz.
Cidade dos Sonhos, tarde de um Sábado Mágico, Janeiro de 2010
João Bosco