Chove
chove
no meu
coração
sangrando
está
no meu peito
fios
de espuma
nós de caruma
espalhados
pelo
chão
olho
em frente
só vejo
escuridão
caída
por terra
estico
a mão
nada
encontro
permaneço
imóvel
triste
a chuva cai
molha-me
o rosto
confundo
lágrimas
água
ranho
e não sei
que mais
alma
destroçada
aniquilada
tropeçando
e caindo
neste mar
afogo
as mágoas
tento
libertar-me
sujo-me
na lama
alucinada
entro
em excessos
inconstantes
destruidores
não controlo
o sofrimento
desconheço
limitações
não entro
em discordias
e escondo-me
escondo-me
do sol
e da lua
escondo-me
dessa voz
sonante
caminho
sem nada ver
procuro em vão
ser tua.