Chove

chove

no meu

coração

sangrando

está

no meu peito

fios

de espuma

nós de caruma

espalhados

pelo

chão

olho

em frente

só vejo

escuridão

caída

por terra

estico

a mão

nada

encontro

permaneço

imóvel

triste

a chuva cai

molha-me

o rosto

confundo

lágrimas

água

ranho

e não sei

que mais

alma

destroçada

aniquilada

tropeçando

e caindo

neste mar

afogo

as mágoas

tento

libertar-me

sujo-me

na lama

alucinada

entro

em excessos

inconstantes

destruidores

não controlo

o sofrimento

desconheço

limitações

não entro

em discordias

e escondo-me

escondo-me

do sol

e da lua

escondo-me

dessa voz

sonante

caminho

sem nada ver

procuro em vão

ser tua.

Fera Ferida
Enviado por Fera Ferida em 24/07/2006
Código do texto: T200560