Flor traiçoeira
Flor traiçoeira
O perfume de uma flor, simplesmente uma flor passageira,
Trouxe-me o cheiro de tua pele - intrometida flor traiçoeira.
Forçou-me a lembrar de você; então colhi esta flor lisonjeira.
Era um lírio amarelo, cheiroso, perdido numa tarde vasqueira.
Hoje contemplo este lírio já murcho, com teu cheiro ainda guardado.
Revejo tua imagem em meus sonhos, te sinto quando estou acordado.
Os dias se amontoam, sem conta, os desencontros se tornando pesados.
O amarelo da flor já esmaece, enquanto o amor mais se faz aumentado.
Conheço bem pouco de flores, bem pouco também sei de você – preciso saber quase nada.
O que sei deste lírio esvaído equivale a premissas firmadas, silogismo de fórmula intricada.
Junto às pétalas da flor já partida, um tórrido abraço de amor e tua lembrança nunca apagada.
És tão flor quanto este lírio em viço, bem sei que és também o meu vicio – minha sina está decretada.
Amar é muito bom. Quando amamos na mesma proporção em que somos amados, então o amor é como um vício – nunca queremos parar de amar.
Vale do Paraíba, manhã do último dia de Dezembro de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)