O BRILHO DA LUZ

dá-me de comer

dá-me de beber

e verás quem sou.

Ainda está pra nascer

quem já não provou

do meu puro amor!

Não sou contador,

não sou escritor

sou apenas eu...

eu de gente-bem

eu de sonhador,

eu de puro amor!

Conservo minha esperança

de não ser herdeiro

ou senhor;

aperto minha poupança

e gasto só do que me sobrou;

controlo meu pensamento

aguardo o momento de chegar;

espero a notícia boa

contemplo de mais

teu lindo olhar.

Vou de peito aberto

ao lugar deserto

ao amanhecer...

respirar ao sol

transpirar no chão

do céu da manhã.

Cantos de pardais

vozes de animais

fazem ressoar

pelos roncos quentes

do chão fervente

a se misturar.

contando não se acredita

olhando não se há de duvidar...

o branco da aurora aquece

rebrilha a luz do teu lindo olhar!

A força da Natureza

é tanta que não

faz recobrar

em ti a irreal beleza

e o brilho dos olhos se apagar!

Quanto mais estou

perto da ilusão de não te querer,

mais concentro em mim

flores e jasmins pra te oferecer.

Num lugar pequeno,

imortal, sereno,

atual e bom...

muito bem perfeito,

adorado e feito

ao teu paladar.

- Conquanto que não me tentes

o chão desta

terra vai brotar

rebentos bem perfumados,

botões, lírios,

só pra te ofertar.

-Conquanto, não me alimentes

a idéia de não

mais te encontrar,

jamais me saiu da mente

a idéia de logo te buscar!

Cercado de mil roseiras

surrado pelo carrapichal

ao branco da lua cheia

nos fundos lá do meu quintal.

Não se digam passageiros

os dias de tanto amor e paz,

eternos e verdadeiros, se tornem,

cada vez mais e mais!

Zecar
Enviado por Zecar em 27/05/2005
Código do texto: T20039