Ambição!

AMBIÇÃO

Será que tu não vês? Olha-me, Amor;

Há quanto tempo só vivo por te amar!

Não deixas por os dias todos passados

Este meu louco sentimento acalentar.

Não deixa rude, Amor, o teu coração...

A minh’alma já é presa ao teu destino

Qual d’um ser amaldiçoado na solidão.

Tenho aforismo vago a viver nas trevas

Por fatalidades de torturas tediosas...

Tenho nas mantas negras destas eras

O corrimento das paixões desgostosas.

Deixa-me em meus sonhos abranger

Os sentidos do meu caminho em amor,

Não prendas teu olhar a face pura

Elevando os teus pensamentos na dor.

E entre toda esta tua vultosa candura

Não temas o destino aos olhos teus...

Olha-me: Sou o ser que te roga a vida

Sob os puros mandamentos de Deus!

Ainda que fosses louca e incandescida,

E tivesse em ti o tudo do meu querer

Apenas te daria a paixão do meu peito!

Assim, Amor, sejas com for o teu olhar

Não verás, em mim, o Amor-Perfeito!

(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 30/12/2009
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T2003431
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