Camisola invisível
Noite passada retirei uma invisível camisola
como num ritual absurdo
brigamos a tarde por banais coisas indesejáveis
esculachara-me virtualmente
tirara uma onda com minha face sem vergonha
chegando a querer buscar a perfeição
para que eu abandonasse
já que sua imperfeição me atormenta
instiga-me, excita-me!
Nossa discussão imbecil continuou
por fone na mesma tarde
e na teimosia que carrego
fui a casa dela
deitada, jogada e dengosa
a beijei
A trouxe para o jantar
bebemos
resolvi fazer um conto
de ficção: a camisola branca
Veste-se uma linda mulher numa camisola branca
despojada a retira enlouquecendo o pobre cavalheiro
desesperado pelas curvas de suas coxas definidas
e seus belos quadris indescritíveis
retira-a
não há nada
já está de calcinha
suas coxas entrelaçam suas pernas
e na conexão dos poros
o encontro acontece
na visível camisola branca,
adormecem: a dama e o cavalheiro