Velhas Fotografias
Hoje eu olho as fotografias velhas,
Em preto e branco.
As recordações rasgadas remendadas com durex.
Tão desbotadas tão sujas,
Que não se vêem mais.
Hoje eu sinto as mesmas angustias,
Que sentia quando olhava,
Pela janela do quarto a chuva,
Que caia sem parar.
Batendo no vidro, pingando no chão,
Inundando a minha alma de solidão.
Densa solidão.
Quem poderá parar esta chuva?
Quem irá secar o meu coração?
Quem irá chegar derrepente,
Para limpar as vidraças?
Espero-te, ora sorrindo,
Muitas vezes chorando.
Ansioso te espero.
Por favor, não demore.
Tenho medo que a chuva,
Leve o meu coração para o mar.