ORIGEM DE EROS
Damião Cavalcanti
Teve o caos como seu berço,
No aveludado deitou-se a noite.
A noite grávida aninhou o ventre,
Da fenda escura luziu o ovo,
Flutua na clara do vento morno
E é chocado pelo ardente fogo.
Nasce tão belo o Eros vivo,
Com flechas brasas
O amor anima,
Da tocha acesa
Cada uma atira,
Semeando vida,
Prazer é mira.
Atinge-me, Eros,
Quero ser o próximo.
Vens à luz para nos dar,
Entre o Érebo e a Terra,
Nasces primeiro,
És erótico ao tenro olhar...
Se amor não sei fazer,
Ensina-me saber amar.