Desromance
Esse som de sal caindo sobre areia
Me confunde os olhos de branco alvo de mais claro sem-tom
No marrom relance, não destoa, não ressoa, não reflete o passe
E as romãs que se espremem seus sucos que me espremem em seu corpo
E eu me esgueiro aos poucos pra tentar fugir
E o seu aroma escorre, arruma e ronda o quarto
E o meu espanto casto desonra o teu retrato,
Mas eu não me retrato, só fujo, rolo e deito
Desfeito o seu efeito, me enquadro e me escorraço
Desalojado e sem compasso
Danço e danço e me desgasto
Que a catarse, a romaria, purifica em um só lance
Eis que do medo e da não-chance
Nasce o bem do desromance