Desromance

Esse som de sal caindo sobre areia

Me confunde os olhos de branco alvo de mais claro sem-tom

No marrom relance, não destoa, não ressoa, não reflete o passe

E as romãs que se espremem seus sucos que me espremem em seu corpo

E eu me esgueiro aos poucos pra tentar fugir

E o seu aroma escorre, arruma e ronda o quarto

E o meu espanto casto desonra o teu retrato,

Mas eu não me retrato, só fujo, rolo e deito

Desfeito o seu efeito, me enquadro e me escorraço

Desalojado e sem compasso

Danço e danço e me desgasto

Que a catarse, a romaria, purifica em um só lance

Eis que do medo e da não-chance

Nasce o bem do desromance

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 25/12/2009
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