SEM PORTO E SEM VELA
Quem nunca sentiu uma paixão
Não sabe o que sinto agora
O vazio do Saara
Que em meu peito mora
Como a fúria de um ciclone
Que em minh’alma aflora
A paixão que ora sinto
É por uma linda morena
Dos cabelos negros de índia
“Lábios-de-mel” de Iracema
Olhos pretos como a noite
Voz aguda, branda e serena
Sei a hora que ela passa
Fico olhando da janela
Minha tortura aumenta
Como um preso numa cela
Como um barco à deriva
Sem um porto e sem a vela
Meus pensamentos viajam
Sobrevoam o horizonte
Sobre mares e montanhas
A encontro num instante
Quando sei, não é real
A vejo ainda mais distante