SANGRANDO ENQUANTO A FACA CORTA A CARNE
 
Não estou mais sorrindo
O regador já não serve para lavar a alma
Não sou mais a borboleta que luta pela vida
Sou apenas minha dor púrpura e infinita
 
Hoje a lua se escondeu onde não havia sol
A fruta que descasquei estava sem caldo
O suco não sairá pela manhã como deveria
E a noite não brilhará antes do nascer do dia
 
Minha ilusão sucumbiu antes de nascerem asas
Não sou uva passa
Não sou a nata
Que ficou esquecida depois que o leite foi requentado
 
Minha chuva vai derramar a sede dos seus olhos
Sentirei a faca cortar minha carne
Sangrarei meu amor até desfalecer
E assim poderei te esquecer