CAPTURA
Te escondeste
E ando feito doida
A te procurar
Nas brenhas, nas fendas
Nos ares, nas sendas
Nas cores, nos bares.
Em que canto
Te embrenhaste
Que já não sei onde buscar-te?
Nas flores, nos sóis
Estrelas e luas, no meio das ruas
Não sei onde achar-te.
Me exaspero, falta ar em mim
Tudo em volta urge por ti
Sal, sol, fogo, água, atmosfera
Enjaulada fera, sumiste na escuridão
E na tentativa insana de escapar
Me deixaste a solidão.
Como a seiva dos meus dias
É emergente que eu te capture
Pois que minha vida
Feito nau sem rumo
Já perdeu o leme
Não tem mais direção.