De que céu caído

De que céu caído,

oh insólito,

imóvel solitário na onda do tempo?

És a duração,

o tempo que amadurece

num instante enorme, diáfano:

flecha no ar,

branco embelezado

e espaço já sem memória de flecha.

Dia feito de tempo e de vazio:

desabitas-me, apagas

meu nome e o que sou,

enchendo-me de ti: luz, nada.

E flutuo, já sem mim, pura existência.