Abduzidos pelo amor...

Nenhum momento pode
ser idêntico,
e isso eu percebia agora
na minha ansiedade
desse nosso encontro
que me invadiria
como uma maré vazante,
enquanto o som de um
minueto de Mozart
brandia em mim
uma batuta para
lembrar-me mais uma
vez...que os tempos
modernos ainda são
tão românticos quanto
essa energia mozartiana,
cujos violinos, todos juntos,
brincam nas pautas
seus compassos
quaternários...
para que todos se lembrem
e possam se emocionar
com um lirismo
que nunca vai terminar,
enquanto alguns
corações ainda sentirem
paixão pela vida...

Ah...gênios feitos de
posteridades...
que todos os dias me
acordam para a beleza
suave de um Schubert,
de um Chopin,de um
Albinoni, de um Vivaldi,
Hum...ouvindo tão lindo
minueto eu até sabia que
você estaria chegando
e como eu sabia nem eu
mesmo poderia explicar...
Mas você finalmente chegou
bem no meio da noite
toda molhada da chuva
que caía de improviso,
como se fosse uma
serenata em mi menor
de Schumann...

Sabe? Nem precisei te
dizer nada...porque entre
nós tudo já havia sido dito.
Agora, molhada mesmo,
eu nem me incomodei
de me molhar contigo,
e sentir esse teu corpo
moreno se juntar ao meu
com essa ansiedade já
guardada há meses.

Hum...você toda friazinha
num calor de verão de
28 graus...hum...
Afinal, você surgiu mesmo
para me refrescar...
enquanto meu coração
saltava dessa emoção
guardada por tanto tempo.


E quando você me abraçou
logo ficou sabendo...
assim como eu também...
de que nada mudara entre
nós, a não ser essa paixão
que se intensificara pela
ausência prolongada
e que gerara em nós
uma saudade das surdas,
como uma Sonata ao Luar...

Sim..luar e luares...que nem
mais vimos juntinhos
deste janelão antigo.
Agora estávamos de novo
olhando o céu desta noite,l
porque antes mesmo de
darmos nosso primeiro
beijo, já sabíamos que
as sensações de uma
noite mágica se
avizinhavam,
porque havia volúpia em
nossos olhos...

E não queríamos fechá-los,
e nos olhávamos de frente,
porque o brilho deles,
agora era mais importante
que o de mil estrelas...

Então o querer de nosso olhar
se confundiu com o primeiro
beijo...com o segundo...com
o terceiro...

E depois de termos perdido a
conta...porque beijos só se
consegue contar até três...
nossos corpos
se tornaram leves...leves.
E quando vimos...
já tínhamos ido.

Hum...abduzidos pelo amor !!!


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Autor: Cássio Seagull
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Poesia que fiz em 21-12-09 às 18 h em SP
Lua Nova – sol intenso – 29 graus
Beijos e abraços para você...  Boa terça... [love]
cseagull2@hotmail.com
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