Eras Tu!

"Olhos oblíquos de cigana

Sorriso e lábios de jasmim

Que só nasce em alta montanha

Mas que aflora é só para mim!

Voz de serenata que me chama

A tudo que disser é sim

Não é uma coisa muito estranha

Ter um amor que não tem fim?

(Gil Ferrys)

O que foram aqueles olhos para mim?

Foram forças novas, estranhas e desconhecidas

Vagas vermelhas, volumosas, espumantes e envolventes

Nuvens beges esbranquiçadas, vagando, ociosas,

Num dia de sol...

Pequenas porções peroladas num mundo todo azul

Areia amarelada transmutada em cristais do Saara

Esmeraldas brotadas do fundo do Rio das Velhas

Eram fogo e mel, eram o bálsamo, o travesseiro do

Meu espírito...

E o que foram aqueles cabelos?

Foram a base, o alicerce sólido de um ninho

Quente e seguro; a colcha aveludada e aconchegante

Onde pude, enfim, desfalecer, por um instante

Quando em meu coração era um eterno inverno,

De dor e sofrimento...

Foram as cordas por onde eu, náufrago, me agarrei...

A embarcação libertadora da ilha de Sancho onde

Encontrava-me perdido...

O fim de uma noite sem sono, quando pude, enfim, dormir...

E quem era ela?

Simplesmente

Eras tu, Gabriela!

Te amo! Eternamente!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 21/12/2009
Código do texto: T1989732