Entre a lua e o sol
É dentro de você que quero estar
Eu fecharia os olhos pra acordar
E ver teus olhos iluminarem
O quarto escurecido pela madrugada
Nem parece que foi ontem que rodamos
Para cortejar o sereno das núvens
Pequeninas lágrimas que a lua
Tapou o céu para esconder
Carrego comigo ainda a sensação
De ganhar precisas mãos
Que ao som de vivas gargalhadas
Eram capazes de medir metros de sorrisos
Assim me coroou com tua presença
Como se quilômetros fossem teclas
De um vasto piano de cauda
Pronto para nos encantar
Toda noite assim se vestia verdadeira
As estrelas fazendo som de sinos
E os defeitos, torturados, se enfiavam
Fundo no concreto para não enlouquecerem
Já não é a nostalgia delirante sentir
Como curou de pouquinho em pouquinho
Feridas que se abriam feito olhos
Ansiosos por fitar,ardentes, o ar
Fez bem em abençoar meus devaneios
Bem dobrados e guardados em teu quarto
Durarão mais que muitos beijos
Dados em público, entre a lua e o sol.