TRAMELA
Quisera eu ter a ousadia dos amantes fortuitos,
Para ousar rompantes inconseqüentes,
Para atender os apelos dos meus instintos,
A febre que me acalora, sempre que te olho.
Ahhh se eu tivesse o destemor dos bravos,
Até me encorajaria a dizer que te quero,
Que fosse por um dia, por uma noite que fosse,
Mas uma noite infinda, tão infinda quanto minhas fantasias.
Eta covardia que arde a alma,
Que reprime todos os intentos.
Só não retém o desejo,
Esse sim lateja no peito, no corpo inteiro,
Expande, explode, faiscando volúpia e luxúria.
Mas não faz mal..........
Ainda existem dias por vir,
Quem sabe eles rompam as tramelas,
E eu entre porta adentro da tua vida,
E você me acolha, e me acarinhe,
E me diga, entre um afago e outro,
Que todos os meus fantasmas
Também eram seus.