DÁ-ME A ETERNIDADE

DÁ-ME A ETERNIDADE

Seja por um dia a verdade

do que eu ainda não vivi

o amor mais cobiçado

o desejo mais ousado

o meu pecado mais sagrado

tudo o que eu jamais senti

Debruça sobre o meu corpo o teu corpo

entrelace as tuas coxas nas minhas

junte as nossas carnes

misture nossos suores

rasgue o véu do meu pudor

e me faz amor, muito amor

Fica em mim deslizando a tua pele

deixa o teu cheiro perfumar o meu corpo

derrama dentro de mim o teu gosto

que eu te sinta inteiro

neste momento único e verdadeiro

Sonhos, sonhos e somente sonhos

não saciam o desejo que me abrasa

preciso beber desta água

desvirginar os meus desejos

antes que a vida passe

e eu morra sonhando

que um dia eu fui amada

Toma-me e me faça feliz

como se tudo não pudesse ser depois

eu preciso viver agora, sentir todo prazer

enlouquecer de tanto amar

dar-me inteira

tal e qual eu sempre sonhei

Dar-te-ei tudo o que eu não conheço

o meu prazer, o meu sumo querer

permitirei que me entranhe

que aqueça o meu avesso

serei plena ao te pertencer

assim eu sentirei pelo resto dos meus dias

este gosto de eternidade que eu não conhecia

guardando em meu corpo o gosto do teu

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 18/12/2009
Reeditado em 18/12/2009
Código do texto: T1983776
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