NOITE DE BRASAS
Quando ouvi tua chamada decidida, não relutei fazer tal qual te prometi;
Porque te entendi, mantive meu silêncio com o passar do tempo;
Mas teu veneno não me deu alento, foi desafio ao pavio em que explodi;
Eis a grande chance a surgir – o tão sonhado e esperado momento!
Fugitiva da ética, te deste às rédeas das soltas amarras;
E venceste as garras do temor por algo achegado ao perigo;
Com o ego por outro ferido e o desejo escondido abrindo suas alas;
Desafiou-me às bailas para dar a cabo ao que já imaginava comigo!
Então eu cheguei sem palavras, um laço no olhar e com hábil leitura de tua ofegância;
Decifrando a fragrância desse cio enrustido, agora vencido pelo sonho bom;
E comi teu batom, e matei tua sede de fêmea que nunca se cansa;
Cavalgando tua dança ao léu do gemido – enlouquecido som!
Pelo chão teus botões, trajes rasgados e restos minúsculos de alguma razão;
Vencida pela fúria em vazão, me amando por todos os cantos da casa;
Nossa noite foi dilúvio de brasa, nosso amor foi feroz tufão;
Que fez bem para o corpo e o coração, sem comparação qual furacão que a tudo arrasa!
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