O pedquisador e o matuto
O pesquisador e o matuto
“Quanto pesa o seu amor?
Uma tonelada?
Cem quilos?
Um grama?
Ou nada?
Quanto pesa ser amado?
Muito?
Pouco?
Ou nada?”
_Eu cá, no meu matutar...
Vou tentar te responder
E se não tiver no meu “sabê”
Acanhado vô morrer
Sou matuto, sem estudo,
Pra pensar não gasto nada,
Já vi muita gente forte,
Não aguentar o peso desta parada.
Eu, de cócoras, coçando a barba
Busco em meus entendimentos
Meu amor é tão levinho
Que o carrego no coração.
Quanto ao “tar” de “sê” amado
Já me ferve a “piolhenta”
Tem amor que é tão pesado
Que maceta o casamento
Sou matuto sem estudo
Não posso lhe responder
Coloquei meu coração na balança,
De tão pesado, não pesou.
Chamei a minha “véia”
Pra pegar ele pra mim,
Ela deu um beijo nele,
Ele muito leve ficou,
Foi, voando, voando e voou...
Ate ficar safado,
Com o coração dela se juntou
E cinqüenta e três anos,
Como em um dia se passou.
De estudo sou atrasado
Nunca pensei, nem senti o peso,
De eu amar e ser amado.
É por isso que estou
Todo este tempo casado.
Para meus amigos, que vivem há cinquenta e três anos, casados e mais que nunca enamorados.