O pedquisador e o matuto

O pesquisador e o matuto

“Quanto pesa o seu amor?

Uma tonelada?

Cem quilos?

Um grama?

Ou nada?

Quanto pesa ser amado?

Muito?

Pouco?

Ou nada?”

_Eu cá, no meu matutar...

Vou tentar te responder

E se não tiver no meu “sabê”

Acanhado vô morrer

Sou matuto, sem estudo,

Pra pensar não gasto nada,

Já vi muita gente forte,

Não aguentar o peso desta parada.

Eu, de cócoras, coçando a barba

Busco em meus entendimentos

Meu amor é tão levinho

Que o carrego no coração.

Quanto ao “tar” de “sê” amado

Já me ferve a “piolhenta”

Tem amor que é tão pesado

Que maceta o casamento

Sou matuto sem estudo

Não posso lhe responder

Coloquei meu coração na balança,

De tão pesado, não pesou.

Chamei a minha “véia”

Pra pegar ele pra mim,

Ela deu um beijo nele,

Ele muito leve ficou,

Foi, voando, voando e voou...

Ate ficar safado,

Com o coração dela se juntou

E cinqüenta e três anos,

Como em um dia se passou.

De estudo sou atrasado

Nunca pensei, nem senti o peso,

De eu amar e ser amado.

É por isso que estou

Todo este tempo casado.

Para meus amigos, que vivem há cinquenta e três anos, casados e mais que nunca enamorados.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 16/12/2009
Código do texto: T1981670