Dona do teu Coração…
Em olhos
Que escondem mistérios
Que não me atrevo
Ou me falta a tua alma
Para explorar
Dominas com invulgar determinação
Os caminhos que levam até Ti
És
Dona do teu Coração
E dos meus crepúsculos
Dos meus dias
De uma parte de mim
Que só tu e eu
Sabemos a real dimensão
Bastando para isso
Que me segredes ao ouvido
“Tu és meu
mas eu faço parte do vento que passa
das estrelas que brilham na nossa eternidade
do sol que nos ilumina
das flores que cantam
cada vez
que sinto que te apercebes
da clareza oculta
da minha humanidade…”
Atirando depois disso os cabelos ao vento
De um tempo que passa
Sem querermos em tal notar
Dizendo-me com clareza agridoce
“Pertenço somente ao que não morre
ao que fica
e não ao que está destinado a definhar
posso ter o corpo onde entendo
recebendo os afectos de quem me ama
mas sem me saber
ou conseguir prender…”
Ignorando que eu sou feito da mesma essência
Da tua
Ignorando que as lágrimas quando caem
Possuem o mesmo sabor para os dois
Ignorando que me ilumino
Com a perspectiva
De cada dia ser uma eternidade
Ignorando que cada dia é um ano
E cada ano um milénio
Ignorando que eu também
Nunca irei morrer
Ignorando
Que o amor entre nós
É uma lição
Que te recusas a aprender
Sendo por isso a única e exclusiva
Dona do teu Coração…